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2 de jan. de 2009

Sangue Negro (2007)

É difícil dizer exatamente o impacto que a atuação de Daniel Day-Lewis causa nas pessoas com sua perfeita atuação. O trabalho de Lewis é conhecido. Em poucos projetos que se envolve sempre há um resultado espetacular. Acho que seria impossível imaginar o filme com a ausência de Daniel. Muitas pessoas andam comparando o filme com Cidadão Kane. O que se deve comparar, na verdade, são os personagens. Charles Foster Kane e Daniel Plainview são homens que possuem tudo e nada. Sangue Negro é o tipo de filme que causa opiniões bastantes controvérsias. Uns apreciam, outros nem tanto. Mas o longa de Paul Thomas Anderson possui uma característica ímpar. Com o passar do tempo surgem novas conclusões. Minha nova opinião é que Sangue Negro é um filme sobre família, mesmo com a ausência.

A trama se passa na virada do século XIX para o século XX, na fronteira da Califórnia. Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro de minas de prata derrotado, que divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde um mar de petróleo está transbordando do solo. Daniel decide partir para o local com seu filho, H.W. (Dillon Freasier). O nome da cidade é Little Boston, sendo que a única diversão do local é a igreja do carismático pastor Eli Sunday (Paul Dano). Daniel e H.W. se arriscam e logo encontram um poço de petróleo, que lhes traz riqueza mas também uma série de conflitos.

PTA continua competente. O plano que o diretor usa para focar o rosto de Daniel na cena em que ele percebe a farsa do suposto irmão é espetacular. E tenho certeza que permanece na memória por um longo tempo. Anderson possui um estilo bastante peculiar, o que é ótimo para seu histórico que só aumenta. Sua apresentação é longa, o desfecho só se dá realmente quando Daniel recusa a proposta de Eli de benzer o poço. O conflito trás frenéticas conseqüências e faz então sentido o título original (Haverá sangue). A propósito, Eli é um personagem essencial para o crescimento e queda do personagem de Daniel Day-Lewis. Paul Dano está ótimo e faz uma atuação talvez superior a de Pequena Miss Sunshine. Daniel encontra uma pessoa “a sua altura”.

Seria impossível falar de Sangue Negro sem citar sua precisa fotografia. Robert Ellswitt (ASC) nos põe frente a uma fotografia esplendorosa. A cena que citei antes (de Daniel na praia) jamais funcionaria. A trilha de Jonny Greenwood é extremamente tensa, o que ajuda a construir um ambiente até meio sombrio para contar a história de Daniel. Sangue Negro possui uma parte técnica invejável. Alguns críticos apontam Paul Thomas Anderson como o cineasta mais influente dos últimos quinze anos. De certa forma não é aparentemente um exagero como o de comparar o seu atual filme com Cidadão Kane. Levando em conta sua filmografia não fica nem difícil saber porque tal aclamação.



6 comentários:

  1. Acho que "Sangue Negro" foi o filme mais importante do ano passado. Sem dúvida é mais um clássico de Paul Thomas Anderson e adoro ver opiniões positivas a seu respeito. Abraço!

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  2. Vinícius, um filmaço que foi bastante injustiçado pela academia. Adoro também ver opniões positivas e odeios as negativas, os argumentos nunca são convicentes. Grande abraço!

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  3. Rafael, eu acho Sangue Negro uma obra-prima. O melhor filme desta década, por enquanto. PTA é um dos diretores mais competentes da atualidade, com folga!

    Além do visceral Day-Lewis (meu ator preferido) e de um Paul Dano impressionante, temos uma parte técnica irretocável: desde a fotografia, passando pela direção de arte e terminado na trilha sonora.

    Abraços!

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  4. Sangue Negro é um dos maiores filmes de 2008. 2008? Da década, provavelmente. Muito injustiçado pelos prêmios maiores, só não tiveram como negar o brilhantismo de Daniel Day-Lewis, o homem ofuscou a todos os concorrentes.

    A parte técnica é impecável e uma pena foi ver Paul Dano ignorado pelo excelente trabalho.

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  5. Rafael eu assiti a Sangue Negro há pouco tempo. Fiquei maravilhado com o poder técnico do filme e mais do que nunca com a poderosa atuação de Daniel, mas não coloc num pedestal tão alto assim. Prima pela técnica... mas ainda não me conquistou por completo...

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  6. Kau, concordo que "Sangue Negro" é uma obra-prima. No entando não acho que seja o melhor filme da década. Por mim é considerado um dos melhores da década, não chega a ocupar o primeiro lugar em minha lista.

    Yuri, Day-Lewis e Dano estão magníficos. E a parte técnica é de grande nível, principalmente a fotografia (a melhor do ano).

    Robson, como falei, é o tipo de filme que divide opniões das mais diversificadas. Quando assisti pela primeira vez, confesso que não gostei tanto, mas minha idéia foi amadurecendo, assisti novamente e fiquei hipnotizado. Não só pela parte técnica foi mais pela forma que PTA usa a câmera.

    Abraço à todos!

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